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la vie en gaffas rojas júlio maciel e eu, bêbados, entramos na padaria Due Fratelli, na pracinha do Coração Eucarístico, 9 horas da manhã de sábado. No caixa coloco uma lata de coca cola e o júlio põe três de cerveja. ele se lembra que não tem dinheiro e tenta perguntar a moça do caixa se ela aceita cartã eletrônico. "asssshhhhhheeita esssshhhte cart-t-t-tÃO?!... DONA!" eu, apesar de entender o que ele dizia, estava muito ocupado ficando em pé. júlio continuava lutando contra a língua e boca e tentava se exprimir em grunhidos e sopros. a caixa já estava meio assustada imaginando lá no fundo que talvez pudesse ser um assalto ou um estupro, definitivamente esses dois rapazes estavam drogados, quando veioo cara que embalava socorrer e disse ao júlio "ssssssim. asheitamus o-o-o-o cartão. poooooode paaaaaaaGAR. com ele!" imediatamente impávido e lívido o júlio olha para o cara "vc está gozando da minha cara?" o júlio não havia percebido que o cara tinha problema. o trágico, o horrível, o ridículo! ele continua: "vc não deve fazer hora com a minha cara porque eu estou bêbado, meu caro!" "eu naum ishto fazendo hora com você, NAUM?!" caiu a ficha. o júlio gaguejou um "desculpe, senhor", o cara ficou muito sério, a caixa passou o cartão muito rápido e fomos cambaleando até a praça. desconsolado ele bebeu suas três latas, inconsolável, ele queria ir pedir desculpas ao cara, a padaria, ao mundo. bebeu até as cinco da tarde e não vejo desde então. mea culpa, mea massima culpa.
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