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bullshit os outdoors da wisdom, curso de inglês estão por toda a zona sul da cidade. são outdoors em pontos excelentes, equivalente a um horário nobre na tv. o problema é que os outdoors são horrorosos. uma mulher muito feia sorri arreganhando os dentes e mostrando grande parte da gengiva. ela segura uma latinha com um rótulo fake onde se lê" "wisdom". duas frases: "tome esta atitude!" e "aprenda inglês em um ano". o wisdom não é um curso pequeno, são 250 escolas, tem 0800, está investindo pesado em mídia, etc. o que, então, levou eles a optarem por essa estranha estética trash? qual o conceito por trás desse outdoor? vender juventude ou ser engraçado? estará ele tentando um humor fácil para ganhar popularidade entre fãs de hermes e renato? esse tipo de humor sem "moldura", um humor onde toda a piada é humor, vulgo humor trash, onde se ri do ridículo de tudo, é um humor complicadíssimo. primeiro porque exige uma famliaridade com clichês muito grande e, além disso, uma dose de espírito de porco. ainda assim, a propaganda é nova e inovadora. a idéia que ela quer passar não tem anda a ver com o discurso, é como um amigo fazendo uma ironia, uma piada interna. caso isso funcione vc pode adquirir um grau de intmidade muito maior com a, ahm, pessoa jurídica que anuncia. é luvável uma agência que oferece e um cliente que aceita a seguinte idéia: eu vou fazer vc parecer tão ridículo que seu consumidor vai entender que vc está brincando. as pessoas estão acostumadas com propagandas sérias: elas podem ser engraçadas, mas essa piada é muito bem contextualizada dentro de uma moldura estilosa, sedutora e bonita. no "wisdom" não há contexto para a piada, toda a peça é humor que não se diz humor: as fontes, as cores, a modelo, o texto, os pontos de exclamação. talvez uma geração que assistiu cine trash na band, hermes e renato, armação ilimitada e sobrinhos do ataíde consiga entender. nos fenômenos de mídia recentes, desde mamonas assassinas, podemos achar uma linha de ridículos que deram certo: falcão, marcos minhom, pocotó, lacraia, joão gordo, sérgio malandro. tem mais, muito mais. a publicidade encara o mau gosto como maneira de se imbuir de uma honestidade que já não tem, que perdeu.
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