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trabalho na frança como Game Designer. aqui conto historias que acho interessantes. os assuntos sao geralmente cinema e video games mas nao apenas. de forma alguma.


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A meta linguagem e a criação artística submetida à indústria como mostradas em Interpretação de Charlie Kaufman.

intentio opera e intentio lectoris, cada qual com um AWP, soltas em Dust 2


começa com um monólogo de Woody Allen. Parece com Annie Hall mas em off. E o cara se lamenta constantemente, uma caricatura do nerd genial. Apaixonante, sem dúvida. Na primeira cena ele entrega o filme, enquanto sua no almoço com a executiva diz que quer fazer um filme sobre flores, sem assassinatos, sexo, perseguições de carro, sem personagens superando traumas e aprendendo grande slições de vida no final, sem tráfico de drogas ou suspense. Um filme como a vida, onde NADA acontece. "i feel very strogly about this" arremata no final. Aí o filme passa, o cara em crise e chegam os últimos vinte minutos. Eles começam exatamente no corte do abraço em McKee para o irmão dele no quarto do hotel.

Me pareceu que algumas pessoas caíram. Não entenderam a piada, mas não vamos nos gabar disso. Ele faz tudo que não queria, ele vende o final e não há risadas no fundo, el ese supera, ele econtra o amor, as personagens se revelam. De certa forma era isso o que ele procurava, agradar, era a aceitação sua orquídea fantasma. Ou não, ou então, como andy kaufman ele não desistiu do personagem, ele manteve tudo de pé até o fim e azar de quem não entendesse. Mas é óbvio, uma vez que se percebe. Justapor vários pontos de vista a um único objeto é uma das características do objeto artístico, superfície e símbolo, como disse Oscar Wilde, e significados vários para um único significante, umberto eco. Então a gente entra nessa história de super interpretação, onde é aquilo que se quer enxergar, então se o cara se emocionou no final o filme é emocionante. Mas e se o autor, explicitamente, está fazendo uma piada e as pessoas caem? Uma pegadinha cinematográfica. Existe tbm a extrapolação do sentido, uma interpretação que suverte a intenção do autor, como quando o polanski queria emocionar as pessoas com os judeus se sujeitando à fome e à humilhação, em "o pianista" e acabou fazendo um humor negro involuntário. Em ma entrevista, Parker e Davis, os caras do Southpark falaram que seus roteiros eram censurados. Recebendo-os de volta faziam ainda pior e os novos roteiros, ainda mais escatológicos, eram aceitos. Talvez seja isso, chega uma hora em que não se entende mais, ou talvez nunca exista momento em que se entenda alguma coisa. Estamos todos sendo ludibriados, achando que entendemos e achando que somos entendidos.