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trabalho na frança como Game Designer. aqui conto historias que acho interessantes. os assuntos sao geralmente cinema e video games mas nao apenas. de forma alguma.


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Um pouco longo e pretensioso. O que seria um comentário sobre a decisão da ONU vira uma lista de abduções tendenciosas sobre política internacional.

Um documentário sobre Israel e a situação da Palestina, Route 181, com 4 horas e meia de duração foi exibido no festival Cinema du Reél, no Pompidou em sessão lotadíssima, com direito a detector de metal para entrada e aparato policial. Estive lá e, apesar do tamanho insuportável do filme e de ser claramente tendencioso (anti-Israel), devo dizer que não é tão manipulador quanto o Michael Moore. A natureza da dominação, ainda que não dita no documentário, me pareceu mais forte num campo cultural-econômico-arquitetônico que os tiros ou bombardeios. Isso me assustou muito mais. O Rem Koolhaas concorda comigo, descobri no Content.
Enquanto escrevo isso a rádio começa a falar de um novo anti-judaísmo que surge e um rabino pede pela tolerância e acusa Le Pen de anti-muçulmano e anti-judeu. As coisas estão mais complicadas que eu acreditava.
Mas ao assunto de inspiração: o Muro. Julgado ilegal pelo tribunal de direito internacional da ONU no dia 9 de julho. Obviamente ninguém dá a mínima para a ONU. Esse muro, que atravessa o West Bank, está além dos limites estabelecidos quando estipulada a criação do Estado de Israel. Ainda, uma empresa de arame farpado especial (um arame farpado que vendia muito na África mas que foi declarado ilegal pela Comissão de Direitos Humanos por ser feito de navalhas profundas que aleijavam ou machucavam gravemente) voltou à ativa e fornece o arame farpado que acompanha esse muro.
Terroristas justificam violentas ações de paz mas (mesmo sem eles) os israelenses têm o tempo e o mundo a seu lado. Israel é um estado rico, e vinha comprando terras na região através de bancos ingleses antes mesmo do fim da Segunda Guerra e a criação do estado de Israel. Os israelenses, ao que parece, preferem ficar sozinhos a utilizar mão-de-obra nativa. Ou não, uma vez que vários palestinos se dão bem no sistema israelense e possuem trabalhos muito mais rentáveis que suas ocupações anteriores, essencialmente agrícolas. É, sem dúvida, uma questão de ocidentalização, promovida (também) pelos israelenses na região. É a opressão contra um modo de vida que, cada vez mais dificilmente encontra espaço no mundo de hoje. O Iraque foi criado como potência militar para contrabalancear o fundamentalismo iraniano. A China, mais esperta e mais forte, entra no jogo aos poucos, abre a economia mas não reconhece patentes. Toma lá, dá cá. O Oriente Médio, fragmentado, continua apanhando, um mártir de cada vez.