|
A justificativa abaixo é porque eu queria falar duma palestra que eu vi ontem de um diretor de grafismos da EA Sports. O novo Need for Speed (jogo de carro) pra XBox 360 utiliza o que ha de mais moderno em modelagem 3D, texturas e etcs. Nao satisfeitos, os caras da EA resolveram dar um tratamento na imagem no final. Eles criaram um tratamento digital que simula um processo quimico de fotografia conhecido como bleach bypass. O bleach bypass é comumente encontrado em fotos de publicidade. A imagem ganha em contraste e perde a saturaçao dos tons médios. Em compensaçao os tons altos sao saturados. O visual fica um semi-preto e branco iluminado por algum sol branco: é muito bonito. Entao os caras pegaram esse tratamento e passaram todo o jogo nele. Muda completamente. Fica com cara de propaganda ou de filme do Vin Diesel. Hiperrealidade de publicidade chega nos jogos com a nextgen. Depois foi o novo FIFA e NBA Jam. Cada modelo de jogador tem 5 camadas de tratamento pra simular o suor na testa. Parece o filme Final Fantasy, uma das coisas mais bizarras que jah vi: os personagens sao incrivelmente reais, mas nao sao pessoas. Parecem zumbis, com os olhos fixos e os movimentos duros. A obsessao do jogo com o fotorealismo é ridicula. Acabou, agora o negocio é reinventar. No cinema, a imagem de sintese e a animaçao sempre serviu pra CRIAR novos mundos, impossiveis com a "realidade". Disney, Shrek, Toy Story, Bob Esponja, South Park, Era do Gelo. O videogame soh serve pra criar gente mais bem feita. Estupidos. A pintura tbm ficou nessa onda, descobrindo perspectiva no fim da Idade Média e achando que o bicho era pintar uma foto. Com o tempo foram percebendo que nao era bem por aih e conseguiram chegar até Pollock. No videogame existem espasmos de criatividade, katamari, Zelda, REZ. Mas ilhotas num mar de mediocridade.
Comments:
Postar um comentário
|