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Bem vindo ao exilio A decisao foi tomada em outubro de 2007 mas agora começou a ser acatada; pelo PROCON de Goias, estado pioneiro em tecnologia. O desinformado e excelentissimo juiz Carlos Alberto Simoes de Tomaz, da 17a vara federal da seçao judiciaria do estado de minas gerais passou uma medida proibindo a comercializaçao de Counter Strike e Everquest. Varios problemas surgem a partir dessa medida que, indubitavelmente motivada pelos mais altos designios morais, é estupida e descabida. Primeiro o erro global: A drasticidade da medida é exagerada. Proibiçao é censura, censura é abuso de autoridade e anti-democratico. O video game é um meio de expressao como tv/cinema, musica, jornal/livro, etc... Proibir é coisa de pais autoritario (china, iran e afins). Para evitar a exposiçao de jovens ao conteudo nocivo de certas obras existe o classico "proibido para menores". Se essa lei nao funciona, nao é criando uma nova que vai funcionar. Depois erros especificos: os jogos em questoes sao velhos (quase 10 anos) e ninguém joga mais. Counter Strike ja virou counter strike source. Call of Duty 2, 3 e 4 sao mais populares e mais jogados (e iguais). Pra nao falar de outras franquias, como Battlefield e Halo. World of Warcraft é muito mais popular que Everquest (umas 100 vezes mais) e o jogador também escolhe horda ou aliança. Eve Online também tem "dubiedade moral" em altissimos niveis, permitindo roubar itens de outros jogadores. Isso tudo sem falar de Second Life, onde voce pode ter uma experiencia de estupro virtual (como vitima ou atacante) por preços modicos. Esses outros jogos nao foram sequer mencionados pelo juiz. Outro erro especifico: o Brasil sequer é considerado como mercado de jogo pela sony (editora do everquest). o jogo nao tem distribuiçao oficial no brasil. na verdade, pouquissimas empresas tentam vender jogos no brasil por dois motivos: os impostos deixam os jogos caros demais e a pirataria come solta, criando uma concorrencia desleal. ou seja, se esses jogos sao vendidos no brasil, provavelmente sao em lojas de jogos piratas que, teoricamente, jah estao na ilegalidade. Por fim, acredito piamente que o excesso de boa vontade do ilustrissimo asno, aliado a uma simplificaçao pueril e uma analise superficial e maniqueista do caso gerou mais uma aberraçao juridica. Claro, a culpa nao pode recair apenas no candido meritissimo; a culpa é compartilhada por toda uma instituiçao cuja divisao burocratica dos poderes permite a pessoas limitadas emitirem pareceres equivocados sobre questoes que desconhecem completamente. Nao que isso em si seja um problema. Vejo isso cotidianamente em mesas de bares, programas de tv ou na sala do café. O problema é quando essas reflexoes energumenas ganham poder legislativo e influem na vida de mais de 180 milhoes de pessoas que tem problemas muito mais graves e urgentes. Também, claro, quando vem cutucar o que eu faço. Ainda mais que, atualmente, trabalho num jogo "tactical shooter" e onde trabalhamos com "questoes morais". Obviamente meu jogo também sera proibido. Pensando bem; ia ser muito mais doido. Decreto entao, meu auto-exilio, como outros mais famosos que também tiveram seus trabalhos proibidos por um governo que preconizava a ordem social à liberdade de criaçao, cah estou eu fugido na europa. Agora com licença que vou colocar Samba de Orly pra tocar.
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